segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Poemas Completos de Alberto Caeiro

Autor: Fernando Pessoa (texto integral)

Editora: Martin Claret

Ao ler este livro pude perceber como o autor Fernando Pessoa é um dos maiores escritores, já que com seus heterônimos consegue expressar tudo o que sente. Neste livro, quem é apresentado é Alberto Caeiro, o qual possui as seguintes características: a busca pela simplicidade; o desprezo pelo pensamento filosófico que deixa o indivíduo “doente dos olhos”; o contato com a natureza, a sua preservação e o não questionamento sobre a morte( ou seja, a aceitação desta), já que um dia todos morrerão; o uso de linguagem simples, versos livres e brancos, além de muita comparação. Essas e outras características marcaram o autor como modernista, em que o desapego às regras e a originalidade estavam completamente sendo cultuados. Esse “lado” de Pessoa recorda-me o Arcadismo, em que a valorização da natureza, do amor verdadeiro, da vida simples e a grande evocação de pastores e seus rebanhos eram extremamente marcantes. Ao contrário de outros livros de poesias que eu já tive a oportunidade de ler, este é diferente, em que cada poema não tem título e sim são como três textos discursivos e argumentativos (O Guardador de Rebanhos; O Pastor Amoroso e Poemas Inconjuntos), em que predominam as "fases da vida" do Alberto Caeiro e têm características que remetem à estrutura da poesia.Com a leitura desta obra pude perceber o quão desperdiçamos nossa vida pensando e observando nas ações dos outros, sendo que no fundo deveríamos ter a simplicidade, parar de reparar nos outros, erguer a cabeça e seguir em frente, sem olhar para trás, assim como dissera Caeiro:

“Antes o vôo da ave, que passa e não deixa rastro,
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve para nada

A recordação é uma traição à Natureza,
Porque a Natureza de ontem não é Natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.

Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!”

Assim, com esse poema temos um incentivo para não se prender ao passado e fazer uma nova vida a partir do presente.

Eu gostei dos poemas, embora não tenha compreendido todos, pois alguns utilizam diversas comparações entre coisas abstratas e concretas;pensamentos vagos; que às vezes, deixam o leitor confuso e sem uma “resposta” de leitura. Mesmo assim, recomendo a todos este livro e acredito que será de grande aprendizado e crescimento pessoal.Entrar em contato com a obra de Fernando Pessoa vale muito a pena pelos seus heterônimos e a “vida”, o jeito de cada um que com certeza atinge e identifica com a diversidade cultural do nosso imenso Brasil.

Aluno: Matheus da Silva Souza n°: 23

Série: 2° Turma: A

Professor: Giovanni

CSJ


Marília de Dirceu (Tomás Antônio Gonzaga)

Tecnicamente é dividido em três partes. Em sua primeira parte, Gonzaga escreve poemas que contém o pastor Dirceu falando da beleza de sua amada, Marília. Também fala o quanto ele precisa dela e que não é qualquer um que a merece, faz confissões de amor e até projeta sua vida futura, com sua mulher – Marília – e filhos. São poemas escritos antes de Dirceu ser preso.
Todos os poemas são escritos durante a prisão de Dirceu, na ilha das Cobras. Estes, contam como Dirceu se sente sozinho. Em todo o livro é possível perceber de forma explícita, algumas das principais características do Arcadismo, tais como: o bucolismo, o otimismo e ideal de vida burguês.
Como análise, podemos pegar como exemplo três poemas, de três partes distintas do livro. Logo na primeira lira (primeiro poema), podemos perceber a informalidade e simplicidade do eu lírico, com a idealização da vida no campo e com o ideal burguês. Vemos também a preocupação do mesmo com a aparência, e como ele se importa com os bens materiais, mas que estar bem é a principal coisa que se tem a fazer. Ele exalta seu amor com romantismo e faz comparações com o uso de metáforas. Já nesta parte, ele faz projeções para o futuro com sua amada, sempre idealizada.
Ao analisarmos a Lira XIX, podemos observar diferenças, em que o eu lírico já se encontra preso, e seu amor passa a ser somente idealizado e não concretizado. A tristeza e o sofrimento do eu lírico são marcas dessa lira, já que ele agora está só, tem somente o amor como companhia. Na fala, sempre está presente a fala romântica e calma, em que Dirceu tenta retratar da melhor forma seus sentimentos.
Na terceira e última parte, o foco passa a ser as traições e enganos. Diferente de outras partes do livro, agora o que toma conta de Dirceu é o pessimismo. Marília não é mais a única amada, uma vez que o eu lírico passa a citar outras pastoras nos sonetos, entrando no final do livro.
Foi publicado em 1792, ano em que Gonzaga fora exilado. Marília de Dirceu foi extremamente importante para a Literatura brasileira, ocasionando diversas edições do mesmo, gerando também o nome da cidade Marília, que fora em homenagem à Gonzaga – apesar de Gonzaga ser português.
Pedro de Souza Dias Nº25 1º ano ensino médio "A"