segunda-feira, 28 de junho de 2010

Antologia Poiética de Carlos Drummond de Andrade

O livro "Antologia Poética" de Carlos Drummond de Andrade (um mineiro nascido em Itabira em 1902) da Editora Record é formado por uma coleção de textos em forma de poesia; ou seja; obras em versos. O livro foi publicado pela primeira vez em 1962, quando o autor estava com 60 anos de idade. Foi ele quem organizou as poesias, muitas já haviam sido publicadas em outros livros.
O termo "Antológico" significa digno de ser lembrado, aquilo que é memorável, portanto neste livro o autor conta em versos coisas memoráveis de sua vida. O livro está dividido em 10 partes. São elas:
  1. Um eu todo retorcido
  2. Uma província: esta
  3. A família que me dei
  4. Cantar de amigos
  5. Na praça de convites
  6. Amar-amaro
  7. Poesia contemplada
  8. Uma, duas argolinhas
  9. Tentativa de exploração e de interpretação de estar-no-mundo
  10. Suplemento

Em cada parte o autor organizou poesias sobre sua visão do mundo e sobre sua história de vida. Ele conta em poesias fatos que ele vivia e sua maneira de ver as coisas naquela época, na sua realidade.

Muito interessante o poema em homenagem "A Frederico Garcia Lorca" (pag. 138,139). Pesquisando sobre ele descobri que foi um escritor espanhol, vítima da Guerra Civil Espanhola que morreu aos 38 anos. Ele tinha idéias socialistas e tendências homossexuais e expressava-se abertamente sobre suas idéias. Foi perseguido por conservadores e morreu. Este poema, escrito por Carlos Drummond de Andrade faz uma homenagem ao poeta que foi morto por seus ideais, assassinado com um tiro na cabeça porque diziam que ele seria "mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver". No poema fica claro a tristeza do escritor porque morria um homem justo e de paz.

"O Lutador" (pag. 243, 244, 245, 246) me chamou atenção porque mostra a luta, a rotina do homem trabalhador, da hora que amanhece até a noite, quando as portas das casas se fecham e todos adormecem, mas a luta continua. A poesia fala da luta pelo sustento do dia-a-dia, da ilusão e do mistério que é a vida. Para tudo na vida usamos as palavras, essa é a nossa arma...palavras fortes, palavras que mostram sentimentos, palavras que convencem, palavras que desafiam...são as palavras que nos fazem fortes ou fracos, usamos muitas ou poucas, mas usamos.

"Lutar com a palavra é a luta mais vã (inútil)..."

"Palavra. palavra, se me desafias, aceito o combate"

Daniela Kallás n.05 - 2A

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