segunda-feira, 12 de julho de 2010

Agosto (Rubem Fonseca)

Em uma mistura de fatos fictícios e reais – que permitem uma melhor localização do leitor no enredo -, o livro “Agosto”, de Rubem Fonseca, é uma narrativa policial que data a década de 1950 e que trouxe, em seu lançamento, polêmicas por focalizar o fim da Era Vargas.

Lançado em 1990, o livro retrata então um período transitório, ocasionado, principalmente, pelo Crime da Rua Toneleiros e o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954.

A obra, com linguagem de fácil entendimento e uso de termos um tanto coloquiais, conta a história do Comissário Mattos (em terceira pessoa) de uma forma que me pareceu bem impessoal. Apesar disso, certamente “Agosto” é capaz de manter no leitor um quê de suspense que se estende até o fim do livro, reforçado pelo clímax, que é representado na morte de Vargas.

Segundo tal narrativa, o comissário é chamado para solucionar o caso do assassinato do milionário Paulo Gomes Aguiar (no Rio de Janeiro). No mesmo período, um Major da Aeronáutica (Major Vaz) é ferido em um suspeito atentado. Ele estava com Carlos Lacerda, um dos grandes jornalistas e opositores ao governo de Vargas, que deveria ser o alvo do crime encomendado por um guarda particular do presidente Vargas – seu anjo negro. Mattos passa a acreditar então que o assassinato do milionário do qual se encarregara teria relação com o Crime da Rua Toneleiros, e a partir daí busca o dono do anel que fora encontrado na cena do primeiro crime. Quando descobre que o anel não pertencia ao anjo negro de Vargas (Gregório Fortunato, o mandante do atentado contra o jornalista), Mattos passa a correr riscos devido a suas investigações. E no fim, após tamanha agitação nacional, é – mais uma vez – como se nada tivesse acontecido.

“Agosto” mostra uma visão realista da política brasileira e proporciona agradáveis momentos ao leitor, mediante também a ampliação do conhecimento relacionado a tal contexto histórico, já que também envolve acontecimentos reais.

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