segunda-feira, 5 de abril de 2010

O Conto da Ilha Desconhecida

Autor: José Saramago

Editora: Companhia das Letras

Resumo

Num certo lugar, havia um palácio onde habitava um Rei. Era um local que recebia muitas pessoas que queriam fazer pedidos a ele. Havia várias portas e uma delas era a da petição. O Rei ficava na porta dos obséquios, onde súditos iam para o auxiliar, para fazer por ele diversos trabalhos.

Na porta da petição o Rei nunca ia para atender pessoalmente os requisitos e sim, mandava primeiro-secretário, segundo-secretário, mordomo, a mulher da limpeza, enfim, todos apareciam por lá, menos ele.

Certo dia, um homem bateu à porta e foi atendido pela mulher da limpeza e falou que precisava muito falar com o Rei. A mulher logo foi chamar, porém, ele se recusou de ir lá. O homem ficou esperando durante três dias, deitado em frente à porta do palácio, até que o Rei apareceu e perguntou o que ele queria e este respondeu que queria um barco.A autoridade não entendeu o por quê desse pedido e indagou o homem várias vezes, na procura de uma resposta. O homem respondeu que precisava ir em busca da ilha desconhecida, uma ilha que nenhum geólogo conhecia, uma ilha que não estava no mapa. Imediatamente, o Rei retrucou que não havia nenhuma ilha, mas, o homem afirmava que existia e que precisava muito do barco. Depois de muita insistência, o Rei cedeu e deu um barco ao homem. Mandou ele ir até o porto e o barco dele estaria lá, o único problema é que os tripulantes o Rei não poderia ceder junto ao barco. A mulher da limpeza resolveu engajar nessa aventura junto ao homem, alegando estar cansada da monotonia de sua vida, estava exausta de limpar o palácio e receber pessoas fazendo pedido todos os dias. Sendo assim, saiu pela porta das decisões, o que era difícil de se ver, pois sabia o que queria e estava decidida disso. Então, junto ao homem, foi buscar o barco, ou melhor, a caravela dele.A embarcação estava meio acabada e precisou de um conserto, o que não faltou, pois eles estavam dispostos a seguir em frente à procura da ilha desconhecida.

O homem falou que precisavam de tripulantes, senão não seria possível viajar, mas a mulher da limpeza, com toda a sua garra e força, disse que não importava os tripulantes e só os dois fariam a viagem.Depois de certa resistência, o homem cedeu e somente os dois partiram à procura da ilha.

Cansados, resolveram dormir um pouco, se despediram e cada um foi para um lado. O homem percebeu que a mulher era bonita e ela percebeu que ele só tinha olhos para a ilha desconhecida.

Durante a noite, o homem tem vários sonhos estranhos (animais que habitavam o barco, a mulher que fugira, etc.) e acorda abraçado na mulher da limpeza.

Os dois se levantam e ao sol do meio dia pintam na proa do barco o nome que estava faltando dar à caravela: A Ilha Desconhecida.

Através desse conto podemos perceber que os personagens estavam à procura de si próprios. A ilha desconhecida se fez no barco já que o que realmente eles precisavam encontrar eram eles mesmos e não um pedaço de terra que está no mar. Precisavam administrar seus sentimentos, suas verdades, seus pensamentos e valores de vida.

Somente a mulher da limpeza aceitou fazer parte da tripulação, mostrando a força da mulher no sentido do auto conhecimento do homem. O livro mostra também que a interação do EU com os semelhantes, com ou outros é um processo importante na valorização do ser humano, para nos conhecermos melhor.

A obra de Saramago critica a cegueira da modernidade em que não conseguimos enxergar nos outros nós mesmos e precisamos sair à procura de algo desconhecido para tentar nos encontrar.

Para encararmos algo que é novo, nós, seres humanos, temos que ter ousadia e encarar o desconhecido que várias vezes somos nós próprios.

A vida é como o palácio: temos as petições( pedidos, cobranças); temos os obséquios( os favores que fazem pela gente e que retribuímos fazendo também); as decisões que temos que tomar sempre.Enfim, José Saramago faz uma releitura da vida, misturando realidade com ficção (a ilha desconhecida).

Série: 2° “A”

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